No dia 4 de abril de 2015, Ronaldo Fenômeno foi apresentado como um dos acionistas do Fort Lauderdale Strikers, novo time que jogaria a NASL (North American Soccer League) nos Estados Unidos. A ideia era desenvolver um projeto promissor à equipe e, ao lado do ex-atacante, estaria Caio César Zanardi Gomes da Silva.
Ex-jogador do São Paulo (entre 1986 e 1992) e do Corinthians (de 1992 a 1995), ele primeiramente chegou como general manager – uma espécie de gerente de futebol -, mas logo foi incumbido de assumir como treinador dos Strikers.
A função, entretanto, já era bastante conhecida por ele: após iniciar a carreira na área técnica nas categorias de base e no time B do Palmeiras de 1999 a 2004, Caio ainda havia tido experiência no Vilnius, da Lituânia, no Paulista de Jundiaí-SP, no Al Nasr-EAU, além da seleções brasileiras de base (sub-15, sub17 e sub-20).
No time de Miami, ele optou por criar uma verdadeira “legião de brasileiros”. Ao todo, são nove: o goleiro Bruno (ex-Palmeiras), o zagueiro Dalton (ex-Fluminense), os laterais PC (ex-Corinthians) e Gabriel (ex-Fluminense), os meias Kléberson (ex-Flamengo), Adrianinho (ex-Ponte Preta) e Luis Felipe (ex-Cruzeiro), além dos atacantes Maicon Santos (ex-Madureira), Geison Moura (ex-Bahia) e Matheus Carvalho (ex-Fluminense).
“Trouxe brasileiros pela facilidade em conhecimento de mercado, é muito mais fácil jogadores que você tem em mãos. Claro que você precisa estar aberto a outras nacionalidades também, mas o importante é trazer jogadores com mercado, que possam crescer na liga e depois serem negociados”, conta, em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br
Para virar um treinador mais completo, Caio Zanardi tirou a Licença Internacional de Treinadores, em 2011, na Inglaterra, além da Licença CBF-A, em dezembro de 2014. Mas o que ele mais se orgulha é ter estagiado com o holandês Louis van Gaal, com o italiano Carlo Ancelotti e com o multicampeão no Brasil Luiz Felipe Scolari.
“São treinadores com muita bagagem, de muitos títulos e isso agregou muito à minha carreira, são grandes nomes. Foi agregando valores de crescimento para poder desenvolver minha metodologia de trabalho. No Brasil, você tem aquele crescimento de organização ofensiva brasileira, de buscar o jogo, de alegria de jogar. Mas tem que ter uma disciplina tática quando perde a bola. Nisso, os treinadores europeu estão bem avançados, então para mim foi importante estar com eles”, explica.
‘Presida’ pop star e só fora do campo
Ronaldo nem sempre está presente nos jogos dos Strikers, mas de vez em quando consegue. E quando ele chega no vestiário para falar com os jogadores? A confusão começa.
“Onde entra o Ronaldo vira tumulto. Nós organizamos aquela situação de vestiário, bem fechada, quando os jogadores estão concentrados para entrar. Aí, nisso, entra o Ronaldo para dar uma palavra. Para eles, acabou a reza, corrente, tudo… Virou sessão de autógrafos, jogador com câmera… (risos)”, gargalha Caio Zanardi.
“Acabou com tudo, tudo que eu tinha planejado foi por água abaixo, porque ele é a estrela (risos). Virou uma verdadeira algazarra no vestiário e aí tinha que retomar tudo para voltar ao campo”, completou.
Quando se apresentou como um dos acionistas do clube de Miami, Ronaldo foi perguntado sobre uma possível volta aos gramados pelos Strikers. À época ele até não descartou, disse que se prepararia, mas nunca passou de mera especulação.
“Quando cheguei, no ano passado, houve essa situação. Escutei falar via imprensa que existia a possibilidade, mas não é assim… A gente tá falando de caso de saúde, colocar em risco uma pessoa que não está se preparando para voltar a jogar. Quando existe risco, tem que ser prudente, não pode levar isso a diante. Nunca tive essa conversa com o Ronaldo. Ele foi um jogador acima da media e, se tivesse condições físicas, jogaria tranquilamente”, comentou Zanardi.
“Ele tem uma agenda cheia, muitos compromissos, mas sempre que pode está aqui, conversa com atletas, comissão. Gestão: esse é seu papel fundamental”, finaliza.
Fonte: Espn